domingo, 27 de novembro de 2011
Fado
A classificação como patrimônio da humanidade foi atribuída hoje pela UNESCO no entanto ao longo dos tempos sempre foi patrimônio de todos nós. Deixo apenas um poema intitulado "Coroação" em homenagem a toda a cultura portuguesa, em especial atenção ao fado.
A igreja está pronta,
E santo António abriu as portas para entrares
Os 196 esperam ansiosamente
As guitarras tocam nos altares
Guiada pelas tágides entras,
vestida de saudade e vitória
De norte a sul o povo grita:
Cultura! Hoje és glória
Linda e moça recebes a coroa,
à tua espera desde tempos incertos
O desconhecido foi rasgado pela tua proa
E conhecidos ficaram campos e desertos
Tristeza! Saudade! Lembrança!
Foste Amor De Outrora
Hoje apenas és esperança
Vitória! E 7 biliões de aplausos.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Sala das merendas
Sala das merendas |
Pormenor do tecto da sala das merendas |
Tela da alegoria do verão |
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Em análise: Bosch, As tentações de Santo Antão
As tentações de Santo Antão |
domingo, 24 de julho de 2011
Machu Picchu a descoberta com 100 anos
Antes desta descoberta Bingham já tinha estado nas ruínas de Choquequirao onde ouvira boatos de antigas cidades incas, perdidas na imensidão da floresta, a partir destes boatos decidiu organizar uma expedição em que atravessou o vale do Urubamba na esperança de ver os boatos contados pelos locais materializados em algum lugar. O que Bingham procurava nem era Machu Picchu mas sim a antiga cidade de Vilcabamba que teria sido o ultimo refugio dos incas durante a conquista pelos espanhóis.
Entre um embaralho de árvores, quase que perdido na floresta chegou ao alto de uma montanha onde encontrou um rapaz índio que lhe queria mostrar algo. Conduzido pelo rapaz chegou á antiga cidade de Machu Picchu que na altura se encontrava envolvida por um manto de árvores e raízes mesmo assim já se podia observar o fantástico complexo arquitectónico constituído por templos, tumbas e residências. E foi assim que á procura de Vilcabamba Bingham descobriu algo ainda mais impressionante.
Machu Picchu no ano de 1911 |
domingo, 17 de julho de 2011
Quarta-feira, 17 de julho de 1717
Quadro de Edouard Jean Conrad Hamman mostrando Handel à esquerda de Jorge I no rio Tamisa |
Pintura de Canaletto de 1746 mostrando a antiga Londres com o Tamisa coberto por embarcações |
Recriação pelo English Concert da embarcação de 1717 a tocar a musica Aquática |
quinta-feira, 14 de julho de 2011
A vida de um génio renascentista
Leonardo nasceu num sábado às três da manhã do dia 15 de Abril de 1452 numa família de notários pertencente à média burguesia na comuna de Vinci próxima de Florença. O seu nome de baptismo é Leonardo di ser Piero da Vinci (Leonardo filho de Piero de Vinci), não tendo sobrenome assinava os seus trabalhos com "Leonardo" ou "Eu Leonardo". Viveu a sua infância na casa do seu pai em Vinci, que ainda hoje pode ser visitada.
No ano de 1468 muda-se para Florença com o pai e começa a pintar sendo que em 1469 entra para a oficina de Andrea verrocchio onde expande os seus conhecimentos para os ramos da pintura, escultura, arquitectura, geometria e perspectiva. Através desta oficina Leonardo acede às encomendas mais importantes da cidade nomeadamente aquelas vindas dos Médicis.
Em 1478 ainda na oficina de Verrocchio, Leonardo fica encarregue com Lorenzo Di Credi de terminar um retábulo para a catedral de Pistóia, é aqui que numa parte do retábulo pinta a anunciação, esta é a segunda versão da anunciação (hoje exposta no Louvre) pois já entre 1472 e 1475 tinha pintado uma anunciação exposta na galeria dos Uffizi (em baixo na primeira a versão de 1472-1475 e na segunda a versão de 1478).
Em 1481 realiza a primeira pintura à larga escala intitulada a adoração dos magos, foi uma obra encomendada pelos frades do Mosteiro de São Donato executada em óleo sobre madeira encontrando-se exposta em Florença nos Uffizi. A adoração dos magos ficou inacabada com a partida de Leonardo para Milão em 1482 enviado por Lourenço de Medici para Ludovico Sforza chamado de o Mouro.
Em Milão, Leonardo pinta a Virgem dos rochedos e a Dama do Arminho, mais tarde na década de 90 do século XV pinta a ultima ceia no convento de Santa Maria delle Grazie em Milão (na imagem em baixo).
Em 1506 partiu novamente para Milão requisitado pelo governador Charles d'Amboise, nesta temporada executa projectos de arquitectura e canalizações fez também a segunda versão da Virgem dos rochedos.
Em 1513 muda-se para Roma perspectivando encomendas do seu protector Giuliano de Médici porém não tendo sucesso aceita em 1517 o convite do rei de França Francisco I para se tornar o seu pintor, mecânico e arquitecto pessoal. É lhe concedido pelo rei Francisco I o solar de Clos Luçé (em baixo à esquerda) próximo da sua residência em Amboise, onde se fixa e vive os últimos anos da sua vida, tornando-se amigo intimo de Francisco I. Nesta altura faz investigações nas mais diversas áreas e pinta o seu quadro mais famoso a Mona Lisa (em baixo à direita).
Em 2 de Maio de 1519 com o seu amigo Francisco I a segurar a sua cabeça Leonardo morre no solar de Clos Luçé.
Tendo em conta a sua vida podemos dizer que Leonardo Da Vinci foi um verdadeiro Humanista dedicando-se à ciência, à matemática, à engenharia, à anatomia, à pintura, à escultura, à aviação, à balística, à botânica, à geologia, à cartografia e até à poesia e à musica. Bom se um Homem que faz tudo isto em 67 anos não é um génio bem poderemos estar á espera que uma lâmpada mágica nos caia do céu.
Acabo com uma citação de Giorgio Vasari, conhecido pelas suas biografias de artistas italianos que também escreveu sobre Leonardo:
"De tempos em tempos, o Céu envia-nos alguém que não é apenas humano, mas também o é divino, de modo que através do seu espírito e da superioridade da sua inteligência, possamos atingir o Céu."
Giorgio Vasari
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Antigo Egipto: Construção e arquitectura
- Oficinas com várias divisões cada uma com a sua especialidade (pedreios, carpinteiros, ...);
- Casas com telhados planos acessiveis atravéz de uma escadaria exterior;
- Casas com vários pisos;
- Pátios interirores a habitações murados;
- Lagos repletos de sicómoros (género de planta);
- Abrigos assentes em estacas para proteger por exemplo as manadas de vacas do sol escaldante;
O que aconteceu foi que todos estes edificios desapareceram com os milhares de anos pois eram construidos ecensialmente de materiais menos nobres que a pedra sendo assim mais baratos e possiblitando uma melhor refrigeração interior portegendo os habitantes do calor do egipto porém mais frágeis. Estes materiais vão desde a madeira, esteiras de junco, betão, tijolo cozido, e tijolo de lama seco ao sol. Muitos destes materiais ao detioraren-se formaram uma camada espessa de lama criando nas cidades egípcias um género de amontoado de terras a que os árabes chamam tells.
Falando ainda deste tipo de construção quotidiana, aqueles edificios que para mim são os mais impressionantes são sem dúvida as casas com vários pisos, No antigo egipto algumas casas para aquela altura poderiam muito bem ser consideradas de arranha céus por terem vários andares, os arqueólogos comparam muito estas casas ao tipo de casas típicas do Iemen, dizendo que ambas tinham fortes semelhanças, em baixo á esquerda surge representada uma dessas construcções no Iemen.
Falando nos templos, tendo este conheçimento sobre a construção quotidiana podemos compreeender muito melhor a construção de pedra do antigo egipto. Toda a construção de pedra no antigo egipto é fortemente influençiada pela construção quotidiana. Desde os Templos aos tumulos é possivel ver colunas de pedra com a forma de materiais usados na arquitectura quotidiana que aqui passam apenas a ter uma função decorativa e natural, estes materiais naturais agora "petrificados" têm a forma de palmeiras unidas, esteiras de junco, flores de lotus,....
Para realçar esta relação entre as duas arquitecturas vou dar o exemplo dos pilones. Os pilones são nada mais do que aquelas estruturas monumentais caracteristicas da entrada dos templos egipcios (em cima á direita rodeado a vermelho). Se reparar-mos bem estas estruturas têm as paredes que em vez de rectas são inclinadas ao aproximarem-se do chão, este é um traço típico da arquitectura de tijolos pois com um edificio em tijolo de lama uma parede ao aproximar-se do chão vai ficar inclinada pois as leis estáticas assim o ditam.
Concluimos assim que a construção monumental do antigo egipto não pode viver sem a construcção mais quotidiana, que está profundamente enraizada nos hábitos e costumes de uma população agrícola que conseguiu construir uma das maiores civilizações que alguma vez existiu e deste modo uma base para a nossa civilização. Criando métodos constructivos e desenvolvendo a agricultura e pecuária dão um forte de desenvolvimento no proçesso de evolução da Humanidade, deste modo digo eles não fizeram o mundo dos mortos, mas sim o dos vivos.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Frida (A guerreira do México)
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Esta estátua homenageia aquele que foi o impulsionador dos descobrimentos, possibilitando assim a descoberta de um novo mundo até então desconhecido, e iniciando a transição da idade média para o renascimento português. O infante D. Henrique nasceu no Porto, na actual casa do infante a 4 de Março de 1394, impulsionou os descobrimentos tendo-os iniciado na conquista de Ceuta em 1415, morreu em 1460, tendo sido um dos Portugueses mais notáveis e uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento do mundo na sua época.
Falando da estátua, esta tem como materiais principais o bronze e a pedra branca (pouco utilizada nesta cidade), tendo um conjunto de figuras alegóricas encimadas por a estátua do infante. Neste monumento embora os bronzes tenham sido concebidos na cidade de Paris, todo o conjunto é da autoria do escultor Tomás Costa e foi inaugurado no ano de 1900, durante a Belle Époque, razão pela qual todas as alegorias estão representadas com um aspecto mais neoclássico.
Para melhor interpretar esta estátua encontra-se ao lado direito um diagrama colorido do monumento com as suas secções principais.
A cor-de-rosa no diagrama está a representação do brasão português, brasão este que tem duas representações no monumento uma á frente e outra na parte de traz.
A vermelho, está um conjunto de brasões com a cruz de Cristo que se repete ao longo de todo o monumento, cruz esta muito utilizada também nas naus dos descobrimentos.
A parte a laranja representa dois frisos encontrando-se um á frente e outro na parte traseira do monumento, podendo-se observar no friso da frente a partida de naus de Portugal, e no friso de traz a chegada de naus a outros territórios além mar.
A verde estão no diagrama elementos decorativos alusivos ao período manuelino com decorações de âncoras, encimados por quatro escudos de Portugal a cima a cor alaranjada. Por ultimo a amarelo, claro o infante D. Henrique com o globo terrestre na mão esquerda e apontando com a mão direita para o oceano, indicando os territórios além-mar, mesmo a seus pés estão as datas mais significativas desta altura entre elas 1415 (conquista de Ceuta, onde o infante foi armado cavaleiro).
Para terminar a análise deste monumento não se pode esquecer da parte frontal que exibe uma exuberante nau, puxada por dois cavalos ladeados de duas formas humanas proclamando as vitórias marítimas de Portugal. Sobre a nau, uma figura feminina sentada num trono segurando na mão direita a bandeira de sua pátria e na mão esquerda aquilo que parece ser os louros, não em coroa mas sim numa forma esguia apontando o caminho para os territórios do novo mundo não deixando de lado o simbolismo da coroa de louros mas sim reforçando-o.
Acabo assim esta minha interpretação de um monumento a um Infante que não vem nos livros de história dos EUA, e que se calhar nem 90% dos brasileiros o conhecem, mas que sem ele não haveria batatas na Europa, nem arranha céus nas cidades americanas, e tudo aquilo que conhecemos por Copacabana, Times Square ou até Taj Mahal não passaria de uma ilusão.