sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Em Análise: Estátua do Infante D. Henrique

Hoje decidi escrever um pouco sobre a estátua do Infante D. Henrique, situada na praça com o mesmo nome na baixa da cidade do Porto.
Esta estátua homenageia aquele que foi o impulsionador dos descobrimentos, possibilitando assim a descoberta de um novo mundo até então desconhecido, e iniciando a transição da idade média para o renascimento português. O infante D. Henrique nasceu no Porto, na actual casa do infante a 4 de Março de 1394, impulsionou os descobrimentos tendo-os iniciado na conquista de Ceuta em 1415, morreu em 1460, tendo sido um dos Portugueses mais notáveis e uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento do mundo na sua época.
Falando da estátua, esta tem como materiais principais o bronze e a pedra branca (pouco utilizada nesta cidade), tendo um conjunto de figuras alegóricas encimadas por a estátua do infante. Neste monumento embora os bronzes tenham sido concebidos na cidade de Paris, todo o conjunto é da autoria do escultor Tomás Costa e foi inaugurado no ano de 1900, durante a Belle Époque, razão pela qual todas as alegorias estão representadas com um aspecto mais neoclássico.
Para melhor interpretar esta estátua encontra-se ao lado direito um diagrama colorido do monumento com as suas secções principais.



Assim na parte de traz do monumento pode-se ver a representação alegórica da fé (a azul no diagrama) erguendo na mão direita uma cruz e com os pés sobre o globo terrestre pisando um dragão, esta alegoria não está associada a nenhuma derrota do FCP mas sim á expansão da fé cristã pelo mundo, acrescentando ainda a vitória sobre a ignorância e o medo que o mar até á época dos descobrimentos representava.
A cor-de-rosa no diagrama está a representação do brasão português, brasão este que tem duas representações no monumento uma á frente e outra na parte de traz.
A vermelho, está um conjunto de brasões com a cruz de Cristo que se repete ao longo de todo o monumento, cruz esta muito utilizada também nas naus dos descobrimentos.
A parte a laranja representa dois frisos encontrando-se um á frente e outro na parte traseira do monumento, podendo-se observar no friso da frente a partida de naus de Portugal, e no friso de traz a chegada de naus a outros territórios além mar.
A verde estão no diagrama elementos decorativos alusivos ao período manuelino com decorações de âncoras, encimados por quatro escudos de Portugal a cima a cor alaranjada. Por ultimo a amarelo, claro o infante D. Henrique com o globo terrestre na mão esquerda e apontando com a mão direita para o oceano, indicando os territórios além-mar, mesmo a seus pés estão as datas mais significativas desta altura entre elas 1415 (conquista de Ceuta, onde o infante foi armado cavaleiro).
Para terminar a análise deste monumento não se pode esquecer da parte frontal que exibe uma exuberante nau, puxada por dois cavalos ladeados de duas formas humanas proclamando as vitórias marítimas de Portugal. Sobre a nau, uma figura feminina sentada num trono segurando na mão direita a bandeira de sua pátria e na mão esquerda aquilo que parece ser os louros, não em coroa mas sim numa forma esguia apontando o caminho para os territórios do novo mundo não deixando de lado o simbolismo da coroa de louros mas sim reforçando-o.
Acabo assim esta minha interpretação de um monumento a um Infante que não vem nos livros de história dos EUA, e que se calhar nem 90% dos brasileiros o conhecem, mas que sem ele não haveria batatas na Europa, nem arranha céus nas cidades americanas, e tudo aquilo que conhecemos por Copacabana, Times Square ou até Taj Mahal não passaria de uma ilusão.